sábado, 12 de junho de 2010

                              O que as princesas da Disney nos ensinam

“E foram felizes para sempre” talvez seja a frase mais mentirosa da história da humanidade. E o pior: todo mundo acredita nela. Não é como dizer “Papai Noel existe” ou “foi o coelhinho da Páscoa que deixou o ovo aqui”. Essas lendas simplesmente se esvaem com o tempo e com o amadurecimento. Já os contos de fadas não: ao longo da vida qualquer pessoa, por mais deprimida ou descrente que esteja, carrega uma pontinha de esperança de que num passe de mágica tudo vai dar certo.

Mas a não ser que você seja o Harry Potter, não é tão fácil resolver situações cotidianas com feitiçaria. Otimismo é bom, claro, mas dentro da realidade. O que a Disney e suas princesas ensinam, em especial para as meninas, não são histórias de superação e força interior, tão fundamentais para inspirar a vida adulta. Resumem-se, pelo contrário, a um príncipe encantado que salva a mocinha de situações de fragilidade absoluta. Mais do que uma ajuda externa, ele aparece como a salvação da lavoura.

Recebi de uma uma amiga, que reúne boa parte dessas expoentes reais de Orlando e demonstra a lição que cada uma nos deixa. Não poderia ser mais perspicaz:



A tradução, da esquerda para a direita, em cima:




- Aurora (vulgo “Bela Adormecida”): garotas bonitas nem precisam estar vivas para ter alguma ação real



- Jasmin: Sendo uma mulher, seu valor político está reduzido a sua capacidade matrimonial



- Bela (e a Fera): Aparência não importa, o que importa é o que está no seu coração. A não ser que você seja a garota.



- Cinderela: Se você é bonita o suficiente, pode escapar de condições de vida terríveis encontrando um homem rico que se apaixone por você



Embaixo:



- Branca de Neve: A princípio pode parecer terrível ser tão bonita que outras mulheres ficam com ciúme a ponto de querer lhe matar. Mas não se preocupe, uma vez que sua beleza atraia um homem, ele a protegerá.



- Ariel (vulgo “Pequena Sereia”): Tudo bem abandonar a sua família, mudar drasticamente a sua aparência, e desistir de seu grande talento para conseguir seu homem. Uma vez que ele ver seu rostinho lindo, apenas um feitiço vai tirar os olhos dele de você.



Imaginem o dano psicológico que isso causa nas mulheres, principalmente naquelas que se espelham por anos a fio nessas garotas?



E não somos apenas nós que sofremos com isso: os homens, depositários de todas essas expectativas não cumpridas, certamente também sentem o peso de tanta responsabilidade. Tenho um amigo, o artista plástico Pedro Leão, que trabalha a questão do “mascunilismo”. Em sua obra, ele discute a necessidade de o homem não ser obrigatoriamente o provedor da casa e o “macho” da família, que dá conta de tudo e de todos.



De fato, a ilusão é tão grande que, muitas vezes, nem nos damos conta da riqueza do dia a dia e das relações humanas, esperando por um futuro onde tudo seja perfeito e os conflitos solúveis como café em pó. O problema é que boa parte das coisas são como azeite na água.

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