O filme Chico Xavier, de Daniel Filho, reacendeu a memória desse grande líder espírita brasileiro. Um homem simples e amoroso que abdicou dos louros da fama para curar, alimentar e consolar milhares de necessitados. Em troca, recebeu o respeito e a admiração de todos, embora jamais tenha desejado recompensa alguma.
Texto • Raphaela de Campos Mell
Sem nenhuma pretensão de virar mito ou celebridade, longe disso, o médium mineiro Francisco Cândido Xavier fez história. Cumpriu sua missão na Terra com a disciplina e a humildade dos iluminados, apesar de ter refutado essa condição inúmeras vezes. Dizia ser um mero servo de Deus ou, com o bom humor característico, “uma tomada entre dois mundos”. Uma alma especial, na visão de devotos e simpatizantes que até hoje, quase nove anos após sua morte, o reverenciam com gratidão.
O coração de Chico foi grande o suficiente para acolher o sofrimento das pessoas. Em especial, pais e mães inconsolados pela morte de seus filhos. Com igual doçura e compaixão, abraçou pobres, doentes, famintos, desesperados. A caridade era a pedra fundamental de sua rotina humanitária. Dia e noite. Sempre pronto a atender quem batesse à sua porta em busca de ajuda. “Quando Chico vem ao hospital, é como se Jesus chegasse”, disse, certa vez, uma amiga enfermeira.
Outros tantos depoimentos e passagens surpreendentes recheiam o livro As Vidas de Chico Xavier – Biografia Definitiva (ed. Leya). Escrita pelo jornalista Marcel Souto Maior, a obra deu origem ao filme Chico Xavier, sucesso de público dirigido por Daniel Filho. Mesmo “protegido” pelo distanciamento profissional, Marcel confessa não ter conseguido segurar as lágrimas ao conhecer pessoalmente o objeto de sua pesquisa. Não quis entender. Deixou a emoção seguir seu curso. Mais tarde descobriu que a simples presença do médium comovia boa parte dos visitantes. Houve até quem beijasse seus pés.
O fato é que, ao longo de seus 92 anos de vida, 74 deles dedicados à atividade mediúnica, o filho da minúscula Pedro Leopoldo, cidadezinha a 35 quilômetros de Belo Horizonte, não só colocou em prática o lema cristão “Dar sem esperar nada em troca”, como se tornou o grande difusor do espiritismo no Brasil. Os números são impressionantes: mais de 400 livros psicografados e mais de 30 milhões de exemplares vendidos. A renda dos direitos autorais? Doada para instituições beneficentes
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